6 de jun. de 2007

PolísSemos


Neste espetáculo o grupo aprofunda a pesquisa teórica e cênica sobre o Labirinto, iniciada com a Trilogia do Minotauro. Aqui o labirinto de Dédalus desdobra-se em arquitetura, cidade, construção, ruas, percursos e a multiplicidade de sentidos que surgem a partir de seus habitantes e transeuntes.

Ocupando o Espaço Cênico Ademar Guerra, no Centro Cultural São Paulo, PolísSemos é uma metáfora da própria urbanidade, da polis contemporânea e seus simulacros, excrementos, reciclagens, simultaneidades. Aqui o corpo é revelado em sua materialidade primeira e o espectador é também transeunte multiplicado da metrópole. O excesso é o tom, num clima de excitação e polissemia. A cenografia se remete aos acúmulos: lixo, luxo, pessoas, prédios, uma grande área coberta por lonas coloridas lembra as sombras de Regina Silveira. Outra floresta, composta por restos de tecidos das fábricas do Brás, abriga a performance de Nininha Araújo, sobre as transformações que o tempo determina em nossos corpos.

Em PolísSemos, o homem se revela em suas necessidades básicas e desejos, poder e comunicação. Vídeos exibem continuamente atos humanos de comer, beijar, falar, defecar, copular, organizados em televisões velhas colocadas umas sobre as outras, como janelas de apartamentos. A solidão da grande metrópole é vislumbrada em personagens que vagueiam sem rumo, ao som de uma big band de experimentações sonoras sobre A Sinfonia, de Luciano Berio, sons incidentais, músicas tradicionais e de John Coltrane. Os elementos cênicos, vídeos e iluminação compõem este espaço-instalação-performático que possibilitam caminhos de ir e vir: diferentes pontos de observação em uma temporalidade cênica sem hierarquias, onde tudo acontece ao mesmo tempo. Cenas são feitas e desfeitas constantemente e cabe ao espectador eleger o seu ponto de vista em meio a essa multiplicação de signos e sentidos.

PolísSemos foi contemplado com o I Programa Municipal de Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo, da Secretaria Municipal de Cultura, em 2007. Como parte deste projeto, foram também realizadas oficinas simultâneas de Criação Coreográfica, Cenografia, Vídeo e Música, nas Oficinas Culturais Amacio Mazaroppi (OCOA) e Oswald de Andrade (OCAM). Estas oficinas culminaram em um percurso performático: Do Brás à Luz: duas instalações e um percurso, Esta experiência cênica foi posteriormente desenvolvidos no espetáculo PolísSemos.



















Ficha Técnica:


Concepção e Direção: Maria Mommensohn

Assistente de direção: Paulo Petrella

Direção cenográfica e de figurino: Davi Schumaker

Assistente de cenografia: Ricardo Escudero

Vídeo Instalações: Márcio Marques

Assistente de vídeo: Ricardo Escudero

Direção musical: Téo Ponciano

Iluminação: Décio Filho

Assistente de Iluminação: Manuel de Oliveira

Músicos: Carlos Silva, Lennon Fernandes, Jessé Siqueira, Beatriz Tomaz, João Leão, Klaus Wernet

Performers: Camila Paes, Fabíola Camargo, Fernando Delabio, George Sander, Márcio Marques, Renato Rodrigues, Sandra Corradini, Suzana Schmidt

Performer convidada: Nininha Araújo

Elenco do ateliê de criação coreográfica: André Leme, Poliana Lima, Eugênio Bruck, Gildarte Oliveira, Maria Paula Pessoa, Thais Ponzoni, Vanessa Carvalho.

Fotos: Marcos Gorgatti, Ricardo Escudeiro e Sonia Parma






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